A última derrota do exército francês do Loire e a retirada de Ducrot para lá do Marne (supondo que esta retirada tenha tido o carácter decisivo que se lhe atribuía no Sábado) fixam definitivamente o destino da primeira operação combinada empreendida para libertar Paris. Ela falhou completamente e o povo recomeça a perguntar se esta nova série de insucessos não demonstraria a incapacidade dos franceses em prosseguir com êxito a resistência e se não seria melhor cessar imediatamente o jogo, entregar Paris assinar a cedência da Alsácia e da Lorena.
O facto é que se perdeu totalmente qualquer recordação de uma guerra verdadeira. As guerras da Crimeia, da Itália e da Prússia contra a Áustria não eram todas senão guerras inteiramente de acordo com as guerras de governos que assinavam a paz logo que os seus mecanismos militares se avariavam ou se desgastavam. Da verdadeira guerra, daquela em que participa a própria nação, não a temos visto em toda a Europa já há algumas gerações. Vimo-la no Cáucaso, na Argélia, onde a luta durou mais de vinte anos, quase sem interrupção; poderíamos vê-la na Turquia, se a Turquia tivesse recebido dos seus aliados a autorização para se defender à sua maneira com os seus próprios meios. Com efeito os nossos acordos não deixam senão aos bárbaros o direito de autodefesa autêntica; consideramos que os Estados civilizados devem combater de acordo com o cerimonial e que não é próprio de uma verdadeira nação cometer a indelicadeza de continuar a luta após a nação oficial ser obrigada a render-se.
Ora, actualmente, os franceses tornam-se culpados desta indelicadeza. A despeito dos prussianos, que se consideram os melhores conhecedores da etiqueta militar, há três meses que os franceses continuam a lutar de verdade, depois do exército francês ter retirado oficialmente do campo de batalha; eles fizeram mesmo o que o seu exército oficial não teria podido fazer nunca durante esta campanha. Obtiveram um grande e muitos pequenos sucessos; apreenderam ao inimigo canhões, comboios de navios e prisioneiros. É verdade que acabam de sofrer vários reveses graves; mas estes reveses nada são em comparação com a sorte que estava normalmente destinada ao seu exército oficial em cada recontro com o mesmo inimigo. É verdade que a sua primeira tentativa para romper o cerco de Paris por meio de uma ofensiva combinada do interior e do exterior resultou num assinalável desaire. Mas resultará daí necessariamente que não lhes restam mais possibilidades de êxito para uma segunda tentativa?
Os dois exércitos franceses, o de Paris e o do Loire, lutaram bem, segundo o testemunho dos próprios alemães. Foram derrotados, é verdade, por forças numericamente inferiores, mas o que era de esperar por parte de tropas jovens, recentemente organizadas e obrigadas a defrontar veteranos. Segundo o correspondente do Daily News, que aí se encontrava, os seus movimentos tácticos debaixo de fogo eram rápidos e seguros; podia notar-se uma falta de precisão, esta falta foi comum a muitos exércitos franceses vitoriosos. Não há possibilidade de engano: estes exércitos demonstraram que eram verdadeiros exércitos, aos quais os seus inimigos guardavam o devido respeito. Sem dúvida alguma que são formados com os mais heterogéneos elementos. Existem batalhões de linha com um número variável de soldados antigos; existem unidades de valor militar variado, desde o batalhão bem treinado e armado, com bons quadros de oficiais, atá ao batalhão de novos recrutas sem a mais elementar preparação militar e desconhecendo o manejo das armas; existem franco-atiradores de todas as categorias: os bons, os maus e os médios; é provável que a maior parte deles pertençam a esta última categoria. Mas em todo ocaso existe um núcleo de bons batalhões de combate, à volta dos quais os outros se podem agrupar. Eles que participem em combates isolados apenas durante um mês, evitando as derrotas esmagadoras, e tornar-se-ão todos excelentes soldados. Com uma melhor estratégia, poderiam mesmo alcançar êxitos presentemente, e a única estratégia que se impõe de momento é adiar qualquer batalha decisiva, o que, em nossa opinião pode ser atingido.
Mas as tropas concentradas em Mans e próximo de Loire estão longe de representar toda a força armada da França. Existem ainda pelo menos 200 000 a 300 000 homens em vias de organização nos pontos mais afastados da retaguarda. Cada dia que passa, a sua capacidade combativa melhora. Durante um certo tempo pelo menos, por dia deve fornecer para a frente uma quantidade cada vez maior de novos soldados. Atrás deles muitos homens estão prontos a substituí-los nos campos de instrução. Os armamentos e as munições chegam diariamente em grandes quantidades. Graças ás fábricas modernas de canhões e de armas, graças ao telégrafo, aos barcos a vapor, ao domínio no mar, não há que temer a penúria sobre este aspecto. Basta pois um mês para que se produza igualmente uma grande mudança na capacidade combativa destes homens. Se eles pudessem ter dois meses à sua disposição, constituiriam um exército capaz de comprometer seriamente o repouso de Moltke.
Atrás destas forças mais ou menos regulares encontra-se um numeroso Lundstrum, a massa do povo, encurralado pelos Prussianos nesta guerra defensiva que, segundo as palavras do pai de rei Guilherme, sanciona todos os meios. Quando «Fritz» (1) avançava de Metz para Reims, de Reims para Sedan e de lá para Paris, não se falava de levantamento do povo. As derrotas dos exércitos imperiais eram aceites com uma espécie de entorpecimento; vinte anos de regime imperial tinham lançado as massas numa submissão obtusa e passiva à direcção oficial. Aqui e ali encontravam-se camponeses que tinham participado em verdadeiros combates, como o de Bazeilles, mas eram excepções. Ora, logo que os prussianos se instalaram à volta de Paris e submeteram as localidades vizinhas ao sistema ao sistema humilhante das requisições, praticado sem piedade alguma, logo que eles se puseram a fuzilar os franco-atiradores e a incendiar as aldeias onde estes últimos tinham encontrado auxílio, quando enfim recusaram as propostas de paz dos franceses e declararam a sua intenção de empreender uma guerra de conquista, tudo mudou. Por todo o lado à sua volta, eclodiu um guerra de guerrilhas provocada pelas suas próprias brutalidades, e agora basta entrar-lhes num novo distrito para suscitar por todo o lado um levantamento em massa. Leiam nos jornais a reportagem sobre o avanço dos exércitos de Mecklembourg e do príncipe Frederico-Carlos e compreendereis imediatamente a influência extraordinária que exerce sobre os movimentos destes exércitos esta invencível insurreição do povo que ora se apaga ora reaparece, mas que embaraça sempre. Mesmo a cavalaria numerosa, à qual os franceses não têm quase nada com que se opor, é neutralizada em larga escala por esta hostilidade geral, activa e passiva, da população.
Examinemos agora a situação dos prussianos: das divisões, dispostas em redor de Paris, não poderão certamente retirar nenhuma, porque Trochu ficará em condições de repetir todos os dias as suas saídas em massa. Quanto ás divisões de Manteuffeul na Normandia e na Picardia, terão ainda para nais algum tempo de despachar muito trabalho; além disso poderão ser solicitadas algures. As duas divisões e meia de Werder não podem fazer para lá de Dijon senão incursões e isto continuará assim pelo menos enquanto Belford não capitular. Não se pode retirar um único soldado das unidades encarregadas de guardar a comprida e estreita linha de comunicação formada pelo caminho de ferro de Nancy-Paris. O 7º regimento tem bastante que fazer, encarregado que está de fornecer guarnições ás fortalezas da lorena e de continuar o cerco a Longwy e a Montmédy. Para as operações de campo contra a França central e meridional, não restam senão onze divisões de infantaria de Frederico-Carlos e do duque de Mecklembourg, seguramente não mais de 150 000 homens, incluindo a cavalaria.
Desta maneira os prussianos empregavam cerca de 4 divisões para ocupar a Alsácia e a Lorena, para guardar duas compridas linhas de comunicação até Paris e Dijon e para atacar Paris. E no entanto eles não controlam directamente talvez mesmo um oitavo e, indirectamente, seguramente não mais de um quarto do território francês. Para todo o resto do país não dispõem senão de 15 divisões, das quais 4 se encontram debaixo do comando de Manteuffel. O seu avanço eventual dependerá inteiramente da energia da resistência popular que eles possam encontrar. Mas como todas as suas comunicações passam por Versalhes-não tendo a campanha de Frederico-Carlos aberto a nova linha por Troyes-e como estas comunicações atravessam em pleno centro o país rebelde, as tropas em questão deveram dispersar as suas forças numa larga frente, deixar na retaguarda destacamentos para guardar as estradas e para manter a população submissa. Elas atingirão assim rapidamente o limite em que as suas forças diminuirão ao ponte de serem contrabalançadas pelas forças francesas opositoras e neste caso as possibilidades de êxito são de novo favoráveis aos franceses. Ou melhor ainda estes exércitos alemães deverão operar em grandes colunas móveis, percorrendo o país de lés a lés, sem o ocupar definitivamente. Neste caso as tropas regulares francesas poderiam, recuando à sua frente durante algum tempo, encontrar em seguida bastantes ocasiões oportunas para os atacar de flanco e à retaguarda.
Alguns destacamentos móveis, como os que Blucher enviava em 1813 para contornar as alas dos franceses, seriam muito úteis se fossem empregados para destruírem a linha de comunicação dos alemães. Esta linha é vulnerável em quase toda a sua extensão, de Paris a Nancy. Alguns destacamentos, cada um composto por um por dois esquadrões de cavalaria e por um certo número de atiradores especiais, atacam esta linha, destroem a via, os túneis e as pontes, surpreendem os comboios, etc., e poderiam forçar a chamar a cavalaria alemã de frente tal com ela é particularmente perigosa. Os franceses, é verdade, não possuem quase nada do verdadeiro «ímpeto do hussardo».
Tudo isto, bem entendido, na hipótese de Paris se continuar a aguentar bem. Até ao momento do presente, exceptuando a fome, nada há que possa forçar a capital a render-se. O Daily News inseriu no seu número de ontem o comunicado de um dos seus correspondentes que se encontra em Paris. Ele dissipa, se é verídico, todas as apreensões. Existem ainda na capital 25 000 cavalos fora os que pertencem ao exército de Paris. Se se avaliar o peso médio de cada um 500 kg, isso equivale a 6 250 g de carne por habitante ou seja um pouco mais de 100 g por dia durante dois meses. Juntemos a isto o pão e o vinho ad libitum (2), assim como uma importante quantidade de salgados e de outros víveres, e é claro que Paris pode perfeitamente aguentar-se até ao começo de Fevereiro. Isso daria à França dois meses que tem agora para ela mais importância do que dois anos em tempo de paz. Supondo uma direcção mais ou menos inteligente e enérgica tanto no centro como na província, os franceses poderiam nessa altura libertar Paris e ao mesmo tempo desocupar a França.
Mas se Paris cai? Teremos de examinar esta eventualidade, quando ela se tornar mais provável. De qualquer forma, a França passou sem paris durante mais de dois meses e pode continuar a luta sem ela. Evidentemente que a queda de Paris poderia desmoralizar os franceses e minar o espírito de resistência, mas os revesses dos últimos setes dias poderiam desde já produzir esse efeito. Contudo nenhum destes acontecimentos deve produzir necessariamente tais consequências. Se os franceses fortificarem algumas posições boas de manobras como Nevers, situada na confluência do Loire e do Allier, se construírem fortes avançados em redor de Lyon para a tornar assim tão sólida como Paris, a guerra pode continuar mesmo depois da queda de Paris, mas o momento para se falar disso ainda não chegou.
Por consequência, cometemos a ousadia de declarar que se o espírito de resistência do povo não enfraqueceu, a posição dos franceses mesmo depois das últimas derrotas permanece ainda muito forte. Enquanto a França possuir o domínio no mar para se reabastecer em armas e uma quantidade suficiente de homens para a guerra, e como desenvolveu um trabalho de organização durante tês meses os primeiros e mais difíceis com a perspectiva de ter ainda um mês de espera, senão dois, e tudo isto num momento que os prussianos deixam já transparecer indícios de esgotamento, seria uma traição evidente capitular. E quem é que sabe o que pode acontecer, as complicações que podem surgir na Europa, durante este intervalo de tempo? Custe o que custar, os franceses devem continuar a luta.
Publicado in Pall Mall Gazette, nº 1816, quinta-feira, 8 de Dezembro de 1870.
Ontem chamávamos a atenção para o facto de que a seguir à capitulação de Sedan, as perspectivas da França tinham melhorado sensivelmente. A própria que da de Metz que liberta cerca de 150 000 soldados alemães actualmente já não é a fulminante catástrofe que parecia ser a princípio. Se voltamos hoje a abordar esta questão, é para melhor demonstrar através de alguns detalhes de ordem militar a justeza deste ponto de vista.
A deslocação dos exércitos alemães em 24 de Novembro, tanto quanto é possível estabelecê-la, apresentava-se assim:
Investida de Paris: 3.º exército (os 2.º, 5.º, 6.º corpos do exército, o 2.º corpo bávaro, a 21.ª divisão, uma divisão de Wurtemberg e uma divisão da guarda da Landwehr) e 4.º exército (os 4.º e 12.º corpos, mais um corpo da guarda), no total 17 divisões.
Exército de observação cobrindo a investida: ao Norte, primeiro exército (1.º e 8.º corpos); a Oeste e Sudoeste, o exército do duque de Mecklemburgo (17.ª e 22.ª divisões e 1.º corpo bávaro); no Sul o 2.º exército (os 3.º, 9.º e 19.º corpos e uma divisão da Landwehr, uma parte da qual foi cruelmente maltratada por Ricciotti Garibaldi em Châtillon); no total 15 divisões.
Forças com destino especial: no Sueste da França, o 14.º corpo (Werder, composto por duas divisões e meia) e o 15.º corpo; em Metz e em Thionville, 7.º corpo; na linha de comunicação, pelo menos uma divisão e meia da Landwehr; ao todo, 8 divisões pelo menos.
Sobre estas 40 divisões de infantaria, as 17 primeiras estão presentemente diante de Paris. Da imobilidade das 8 últimas divisões pode-se concluir que elas chegam exactamente para a missão que lhes foi confiada. Apenas sobram para as missões militares 15 divisões formando 3 exércitos de observação e não representando com a cavalaria e a artilharia senão uma força global de cerca de 200 000 combatentes no máximo.
Ora, até 9 de novembro, parecia que não existiam obstáculos tão sérios que pudessem impedir esta massa de homens de invadir a maior parte das regiões centrais e mesmo o Sul da França. E se presentemente o exército do Loire nos inspira mais respeito do que, confessamos, anteriormente, isso não é devido apenas ao facto de d’Aurelle se ter mostrado capaz de comandar bem as suas tropas. São sobretudo as medidas enérgicas, tomadas por Moltke contra a marcha antecipada do exército do Loire sobre Paris, que fazem com que este exército apareça sob um aspecto absolutamente diferente. Moltke não só julgou necessário concentrar prestes a agir contra ele, mesmo arriscando-se a levantar de facto o cerco a Paris, uma grande parte das forças mantendo o cerco ao Sul da capital, mas também alterou bruscamente a direcção do movimento dos dois exércitos vindos de Metz, de maneira a aproximá-los mais de Paris e a concentrar todas as tropas alemãs em redor desta cidade. Presentemente soubemos que foram tomadas medidas para cercar de barreiras defensivas o depósito de armamentos. Seja qual for a opinião de algumas pessoas, Moltke vê manifestamente o exército do Loire não como um amontoado de pessoas armadas, mas como um verdadeiro exército sério e temível.
A incerteza que anteriormente reinava em relação ao carácter deste exército era devida em grande parte às comunicações dos correspondentes ingleses presentes em Tours. Não havia manifestamente entre eles nenhum homem de guerra capaz de se aperceber dos traços característicos que distinguem um exército de uma multidão de pessoas armadas. Todos os dias se recebiam as mais contraditórias informações em relação à disciplina, aos progressos da instrução, aos efectivos, ao armamento, ao equipamento, à artilharia, ao transporte, em poucas palavras em relação a todos os dados essenciais susceptíveis de servir de base para se formar uma opinião. Conhecemos todas as enormes dificuldades que foi preciso ultrapassar para formar este novo exército: a falta de oficiais, de armamentos, de cavalos, de material de toda a espécie e sobretudo a falta de tempo. As informações que nos chegavam diziam respeito a maior parte a estas dificuldades e era assim que o exército do Loire era geralmente subestimado pelas pessoas cujas simpatias não ofuscam o julgamento.
Presentemente estes correspondentes são unânimes em elogiar este exército. Eles acham que ele possui melhores oficiais, que está mais bem disciplinado do que aqueles que pereceram em Sedan e em Metz. Sem dúvida, isso é verdade até certo ponto. O moral que anima este exército é manifestamente superior em muito ao que foi constatado nos exércitos bonapartistas. Sente-se a resolução em cumprir o seu dever para com a pátria, em agir de acordo, em se submeter às ordens dadas acerca deste ponto. Em seguida este exército voltou a aprender algumas coisas muito importantes que o exército de Luís Napoleão tinha esquecido por completo: o serviço de guarda, a arte de cobrir os flancos e a retaguarda contra os ataques imprevistos, de operara o reconhecimento do inimigo, de surpreender inesperadamente os seus destacamentos, de obter informações e de fazer prisioneiros. O correspondente do Times junto do duque de Mecklembourg dá provas disto. Presentemente são os prussianos que já não chegam a saber onde se encontra o inimigo e devem agir por cálculo: anteriormente acontecia precisamente o contrário. O exército que aprendeu isto, aprendeu muito. Todavia não devemos esquecer que o exército do Loire, do mesmo modo que os seus irmãos, os exércitos do Norte e do Oeste, deve ainda mostrar a sua bravura numa grande batalha contra um exército igual em número. Mas no fim de contas ele permite ter esperança, e algumas circunstâncias levam a crer que seria menos seriamente afectado por uma grave derrota do que os jovens exércitos colocados neste caso.
É um facto que as ferocidades e as crueldades dos prussianos, em vez de esmagar a resistência do povo, redobraram-na de energia, ao ponto dos próprios prussianos, ao que parece, terem compreendido o seu erro: presentemente já não ouvimos falar de aldeias incendiadas, nem de massacres de camponeses. Mas esta conduta feroz já produziu o seu efeito e a guerrilha toma cada dia uma extensão maior. Quando lemos no Times uma informação sobre o avanço do duque de Mecklembourg em direcção a Le Mans, de onde ressalta que o inimigo não se vê, que nenhum exército regular opõe resistência, que apenas as alas estão expostas aos ataques de cavaleiros e de franco-atiradores, que as informações são deficientes acerca da disposição das tropas francesas e que as tropas prussianas marcham compactas, por meio de grandes destacamentos, recordamo-nos involuntariamente das expedições de Napoleão em Espanha ou das tropas de Bazaine no México. Desde que o espírito da resistência popular desperte, não se vai longe mesmo com exércitos de 200 000 homens quando se trata de ocupar um país inimigo. Eles atingem bem depressa o limite para além do qual os seus destacamentos se tornam mais fracos do que as forças defensivas. É da energia da resistência do povo que depende a rapidez com a qual este limite será atingido. Assim, mesmo um exército batido encontrará rapidamente um seguro refúgio contra a perseguição do inimigo, conquanto a população deste país se levante, o que pode acontecer actualmente em França. E se a população das regiões ocupadas pelo inimigo se levantar ou se apenas as linhas de comunicação do inimigo forem ininterruptamente interceptadas, o limite para além do qual a invasão se torna impotente, então será ainda mais rapidamente atingido. Não nos admiraríamos absolutamente nada, por exemplo, que o duque de Mecklembourg se reconhecesse demasiado avançado, a menos que não receba uma poderosa ajuda do príncipe Frederico Carlos. Actualmente tudo depende, evidentemente, de Paris. Se Paris dispuser ainda de um mês (e as informações acerca do estado das provisões no interior da cidade não excluem de modo nenhum esta possibilidade), a França poderá ainda criar um exército combatente bastante forte para, com a ajuda da resistência popular, fazer levantar o cerco por meio de um ataque vitorioso contra as linhas de comunicação dos prussianos. Aparentemente, o mecanismo da organização do exército funciona bastante bem em França neste momento. Existem mais homens que o necessário; graças aos recursos da indústria contemporânea e à rapidez dos modernos meios de comunicação, os armamentos chegam em quantidades inesperadas; só da América foram recebidas 400 000 espingardas; os materiais de artilharia são fabricados em França com uma rapidez nunca vista até hoje. Encontram-se mesmo oficiais ou formam-se de uma maneira ou de outra. Em suma, o esforço sem precedentes feito pela França a seguir a Sedan para reorganizar a sua defesa nacional, para garantir a vitória não necessita senão de uma coisa – o tempo. Se Pais aguentar ainda, nem que seja um mês, isso contribuirá grandemente para o sucesso. Se, pelo contrário Paris não dispuser de provisões para este período de tempo Trochu poderia tentar penetrara na linha da ofensiva com as forças que se encontrarão apropriadas para esta operação. Ora actualmente seria demasiado ousado afirmar que ele não pudesse triunfar. Em caso de o seu empreendimento ser coroado de sucesso, os alemães necessitariam ainda, para garantir a tranquilidade em Paris, de uma guarnição completa de pelo menos 3 corpos do exército prussiano, se bem que Trochu tivesse libertado um maior número de franceses do que a rendição de Paris alemães. O que os franceses fizeram defendendo Paris, os alemães jamais o poderiam ter feito tomando esta fortaleza e defendendo-a contra sitiantes franceses. Seriam necessários tantos homens para abafar a resistência popular no seio da cidade, quantos para ocupar as muralhas a repelir os ataques do exterior. Por consequência a queda de Paris, pode, mas não deve necessariamente acarretar a derrota da França.
O momento não é nada propício para levantar hipóteses acerca da probabilidade desta ou daquela eventualidade militar. Conhecemos apenas superficialmente um único facto: os efectivos dos exércitos prussianos. Quanto aos efectivos e à capacidade combativa real das tropas francesas não temos a este respeito senão escassas informações. Ainda mais, existem actualmente em acção factores morais que escapam a qualquer cálculo e de que podemos apenas dizer que são todos favoráveis à França e desfavoráveis à Alemanha. Uma coisa parece incontestável: hoje mais do que nunca a seguir à queda de Sedan as forças em luta tendem a equilibrar-se, e um reforço relativamente fraco dos franceses em tropas instruídas poderia assegurar definitivamente este equilíbrio.
Publicado no Pall Mall Gazette, n.º 1806, Sábado, 26 de Novembro de 1870
Camaradas! Cidadãos!
Irmãos e irmãs!
Combatentes do nosso exército e na nossa armada!
Dirijo-me a vós meus amigos!
A pérfida agressão militar da Alemanha hitleriana contra a nossa pátria, iniciada em 22 de Junho, continua. Apesar da resistência heróica do Exército Vermelho, e ainda que as divisões de elite do inimigo e as melhores unidades da sua aviação tenham sido já desfeitas e tenham encontrado a morte nos campos de batalha, o inimigo continua a investir, lançando na frente forças novas. As tropas hitlerianas puderam apoderar-se da Lituânia, duma grande parte da Letónia, da parte oeste de Bielorrússia e duma parte da Ucrânia ocidental. A aviação fascista estende a acção dos seus bombardeiros, submetendo a bombardeamento Mourmansk, Orchoa, Moguilev, Smolensk, Kiev, Odessa e Sebastopol. Um grande perigo pesa sobre a nossa Pátria.
Como pôde acontecer que o nosso glorioso Exército Vermelho tenha abandonado às tropas fascistas uma série das nossas cidades e regiões? As tropas fascistas alemãs serão verdadeiramente invencíveis como o proclamam sem cessas e com impaciência os propagandistas fascistas fanfarrões?
Não, evidentemente. A história mostra que jamais existiu ou existem exércitos invencíveis. Dizia-se que o exército de Napoleão era invencível. Mas foi vencido sucessivamente pelas tropas russas, inglesas e alemãs. Durante a primeira guerra imperialista o exército alemão de Guilherme era igualmente considerado como um exército invencível; mas foram-lhe infligidas várias derrotas pelas tropas russas e anglo-francesas e foi finalmente derrotado pelas tropas anglo-francesas. Pode-se dizer o mesmo do actual exército alemão fascista de Hitler. Ele não tinha ainda encontrado séria resistência no continente europeu. Foi somente no nosso território que encontrou uma séria resistência. E se nesta resistência as melhores divisões do exército fascista alemão foram derrotadas pelo nosso Exército Vermelho, é porque o exército fascista hitleriano pode ser igualmente derrotado e sê-lo-á, como foram os exércitos de Napoleão e de Guilherme.
Que uma parte do nosso território se encontre todavia invadida pelas tropas fascistas alemãs, isso explica-se sobretudo pelo facto de que a guerra da Alemanha fascista contra a URSS foi desencadeada em condições vantajosas para as tropas alemãs e desvantajosas para as tropas soviéticas. Com efeito, as tropas da Alemanha, como país provocador fa guerra, tinham sido completamente mobilizadas. Cento e setenta divisões lançadas pela Alemanha contra a URSS e conduzidas até às fronteiras deste país estavam completamente preparadas, esperando apenas o sinal para se porem em marcha. Enquanto que para as tropas soviéticas, era preciso ainda mobilizá-las e conduzi-las até às fronteiras. Coisa muito importante ainda, é que a Alemanha fascista violou pérfida e inopinadamente o pacto de não-agressão, concluído em 1939 por ela com a URSS, sem querer ter em conta que seria olhada pelo mundo inteiro como o agressor. Compreende-se que o nosso país pacífico, que não queria assumir a iniciativa da violação do pacto, não podia conduzir-se nesse caminho da traição.
Podemos interrogar-nos: como pôde suceder que o Governo soviético tenha aceitado concluir um pacto de não-agressão com traiçoeiros dessa natureza e monstros como Hitler e Ribbentrop[1]? Não teria o Governo soviético cometido um erro nessa ocasião? Não, com certeza. O pacto de não-agressão é um pacto de paz entre dois Estados. E foi um pacto desse género que a Alemanha nos propôs em 1939. Podia o Governo soviético recusar essa proposta? Penso que nenhum Estado pacífico pode recusar um acordo de paz com uma potência vizinha, mesmo se à cabeça desta última se encontram monstros e canibais como Hitler e Ribbentrop. Isto, bem entendido, tem uma condição expressa: que o acordo de paz não cause prejuízo, nem directa nem indirectamente, à integridade territorial, à independência e ao respeito do Estado pacífico. Sabemos que o pacto de não-agrassão entre a Alemanha e a URSS era justamente um pacto desse género.
Que ganhamos ao concluir com a Alemanha um pacto de não-agressão? Asseguramos ao nosso país a paz durante o ano e meio e a possibilidade de preparar as nossas forças para a réplica no caso da Alemanha fascista se aventurar a atacar o nosso país não obstante o pacto. Estava aí um certo proveito para nós e uma perda para a Alemanha fascista.
O que é que a Alemanha fascista ganhou e o que perdeu, rompendo perfidamente o pacto e atacando a URSS? Obteve assim uma certa vantagem para as suas tropas durante um pequeno lapso de tempo, mas perdeu sob o ponto de vista político, desmascarando-se aos olhos do mundo como um agressor sangrento. Está fora de dúvida que esta vantagem militar de curta duração apenas é para a Alemanha um episódio, enquanto que essa imensa vantagem política é para a URSS um factor real e duradoiro, chamado a favorecer os sucessos militares decisivos do Exército Vermelho na guerra contra a Alemanha fascista.
Eis a razão pela qual o nosso corajoso exército, toda a nossa corajosa força naval, todos os nossos intrépidos aviadores, todos os povos do nosso país, todos os melhores homens da Europa, da América e da Ásia, enfim, todos os melhores homens da Alemanha, condenam a acção pérfida dos fascistas alemães e simpatizam com o governo soviético, aprovam a conduta do governo soviético e apercebem-se de que a nossa causa é justa, que o inimigo será esmagado e que nós venceremos.
Tendo-nos sido imposta a guerra, o nosso país entrou numa luta de morte com o seu pior e pérfido inimigo, o fascismo alemão. As nossas tropas batem-se heroicamente contra um inimigo abundantemente provido de carros de assalto e de aviões. O Exército e a Armada Vermelhos, superando numerosas dificuldades, batem-se com abnegação por cada parcela do território soviético. As principais forças do Exército Vermelho, dotadas de milhares de carros e de aviões, entram em acção. A valentia dos guerreiros do Exército Vermelho não tem igual. A réplica que nós infligimos ao inimigo acentua-se e desenvolve-se. Ao lado do Exército Vermelho, todo o povo soviético se prepara para a defesa da pátria.
Que é preciso fazer para suprimir o perigo que pesa sobre a nossa pátria e quais as medidas que é preciso tomar para esmagar o inimigo?
Primeiramente é preciso que os nossos homens, os homens soviéticos, compreendam toda a gravidade do perigoo que ameaça o nosso país e renunciem à quietude e à indiferença, ao estado de espírito que é o da construção pacífica, estado de espírito perfeitamente compreensível antes da guerra, mas funesto agora que a guerra mudou radicalmente a situação. O inimigo é cruel, inexorável. Ele tem por objectivo apoderar-se das nossas terras regadas com o nosso suor, apoderar-se do nosso trigo e do nosso petróleo, fruto do nosso trabalho. Ele tem por objectivo restabelecer o poder dos grandes latifundiários, restaurar o czarismo, destruir a cultura e a independência nacionais dos Russos, Ucranianos, Bielorrussos, Moldavos, Georgianos, Arménios, Azerbaidjanianos e outros povos livres da União Soviética, de os germanizar, de os fazer escravos dos príncipes e barões alemães. Trata-se da liberdade ou da servidão dos povos da União Soviética. É preciso que os homens soviéticos o compreendam e deixem de ficar indiferentes; que se mobilizem e reorganizem todo o seu trabalho dum modo novo, o modo da guerra, que não dêem nenhumas tréguas ao inimigo.
É preciso também que não haja nenhum lugar nas nossas fileiras para os choramingas e os poltrões, os semeadores do pânico e os desertores; que os nossos homens estejam livres de medo na luta e marchem com abnegação na nossa guerra libertadora para a salvação da pátria, contra os dominadores fascistas. O grande Lenine, que criou o nosso Estado, disse que a qualidade essencial dos homens soviéticos deve ser a coragem, a valentia, a ousadia na luta, a vontade de se bater ao lado do povo contra os inimigos da nossa pátria. É preciso que essa excelente qualidade bolchevique se torne a de milhões e milhões de homens do Exército Vermelho, da nossa Armada Vermelha e de todos os povos da União Soviética.
É preciso organizar imediatamente todo o trabalho em pé de guerra, subordinando todas as coisas aos interesses da frente e à organização do esmagamento do inimigo. Os povos da União Soviética vêem agora que o fascismo alemão é inexorável na sua raiva furiosa e no seu ódio contra a nossa pátria que assegura a todos os trabalhadores o trabalho livre e o bem-estar. Os povos da União Soviética devem preparar-se contra o inimigo para a defesa dos seus direitos, da sua terra.
O exército e a Armada Vermelhos, bem como todos os cidadãos da União Soviética, devem defender cada parcela do território soviético, bater-se até à última gota do seu sangue pelas nossas cidades e aldeias, dar provas de coragem, de iniciativa e de espírito de resolução – todas as qualidades próprias do nosso povo.
É-nos necessário organizar uma ajuda múltipla ao nosso Exército Vermelho, fazer com que as suas fileiras engrossem sem cessar, assegurar-lhe o abastecimento necessário, organizar o transporte rápido das tropas e dos materiais de guerra, prestar um amplo socorro aos feridos.
É-nos necessário fortalecer a retaguarda do Exército Vermelho, subordinando a esta tarefa todo o nosso trabalho; assegurar o intenso funcionamento de todos os empreendimentos, fabricar o maior número de espingardas, metralhadoras, canhões, balas, obuses, aviões; organizar a protecção das fábricas, das centrais eléctricas, das comunicações telefónicas e telegráficas, organizar no próprio local a defesa antiaérea.
É-nos necessário organizar uma luta implacável contra os desorganizadores da retaguarda, os desertores, os semeadores do pânico, os propagadores de boatos de todos os géneros, aniquilar os espiões, os agentes de diversão, os pára-quedistas inimigos, prestando assim uma ajuda rápida aos nossos batalhões de caça. É preciso não esquecer que o inimigo é pérfido, astucioso, esperto na arte de enganar e de espalhar falsos boatos. É preciso ter em conta tudo isto e não se deixar apanhar pela provocação. É preciso citar imediatamente perante o Tribunal Militar, sem consideração às personalidades, todos aqueles que, semeando o pânico e dando provas de cobardia, entravam a obra da defesa.
Em caso de retirada forçada das unidades do Exército Vermelho, é preciso conduzir todo o material circulante dos caminhos de ferro, não deixar ao inimigo uma só locomotiva, nem um só vagão; não deixar ao inimigo um só quilograma de trigo, nem um litro de carburante. Os kolkhosianos devem apanhar todo o seu gado, entregar o seu trigo em depósito aos organismos de Estado, que o encaminharão para as regiões da retaguarda. Todas as matérias de valor, incluindo os metais não ferrosos, o trigo e o carburante que não possam ser evacuados, devem ser completamente destruídos.
Nas regiões ocupadas pelo inimigo, é preciso formar destacamentos de guerrilheiros de cavalaria e infantaria, grupos de destruição para lutar contra as unidades do exército inimigo, para fomentar a guerrilha em todos os sítios, para fazer ir pelos ares as pontes e as estradas, danificar as comunicações telefónicas e telegráficas, incendiar as florestas, os depósitos e os comboios. Nas regiões invadidas é preciso criar condições insuportáveis ao inimigo e a todos os seus colaboradores, persegui-los e destruí-los a cada passo, fazer abortar todas as medidas tomadas pelo inimigo.
Não podemos considerar como uma guerra vulgar a guerra contra a Alemanha fascista. Não é apenas uma guerra que se trava entre dois exércitos. É também a grande guerra de todo o povo soviético contra as tropas fascistas alemãs. Esta guerra do povo para a salvação da pátria, contra os opressores fascistas, não tem apenas por objecto suprimir o perigo que pesa sobre o nosso país, mas ainda ajudar todos os povos da Europa que sofrem sob o jugo do fascismo alemão. Não estaremos sós nesta guerra libertadora. Os nossos fiéis aliados nesta grande guerra são os povos da Europa e da América, incluindo o povo alemão que está dominado pelos chefes hitlerianos. A nossa guerra para a liberdade da nossa pátria fundir-se-á com a luta dos povos da Europa e da América pela sua independência, pelas liberdades democráticas. Esta será a frente única dos povos que lutam pela liberdade contra a escravidão e a ameaça de escravidão por parte dos exércitos fascistas de Hitler. Sendo assim, o discurso histórico pronunciado pelo primeiro-ministro da Grã-Bertanha, M. Churchill, sobre a ajuda a prestar à União Soviética, e a declaração do governo dos Estados Unidos dizendo-se prestes a conceder toda a assistência ao nosso país, não podem suscitar senão um sentimento de reconhecimento no coração dos povos da União Soviética; esse discurso e essa declaração são perfeitamente compreensíveis e significativos.
Camaradas, as nossas forças são incalculáveis. O inimigo presunçoso convencer-se-á disso brevemente. Ao lado do Exército Vermelho erguem-se milhares de operários, de kolkhosianos e de intelectuais pela guerra contra o agressor. Veremos levantarem-se as massas inumeráveis do nosso povo. Desde já, os trabalhadores de Moscovo e de Leninegrado, para apoiar o Exército Vermelho, começaram a organizar uma milícia popular fortalecida por milhares e milhares de homens. Essa milícia popular, é preciso criá-la em cada cidade que corre perigo de uma invasão inimiga; á preciso preparar para a luta todos os trabalhadores, que exporão os seus peitos para defender a sua liberdade, a sua honra e o seu país na nossa guerra contra o fascismo alemão, para a salvação da pátria.
A fim de mobilizar rapidamente todas as forças dos povos da URSS, com vista a organizar a réplica ao inimigo que atacou perfidamente a nossa pátria, foi formado um Conselho de Estado para a Defesa, que detém actualmente a plenitude do poder no país. O Comité de Estado para a Defesa começou o seu trabalho; ele apela a todo o povo a unir-se em torno do Partido de Lenine e de Estaline, em torno do Governo Soviético, para apoiar com abnegação o Exército e a Armada Vermelhos, esmagar o inimigo e alcançar a vitória.
Todas as nossas forças para o apoio do nosso heróico Exército Vermelho, da nossa gloriosa Armada Vermelha!
Todas as forças do povo para esmagar o inimigo!
Em frente para a nossa vitória!
[1] Ribbentrop (1893-1946) inscreveu-se no partido nazi em 1932. Foi embaixador em Londres em 1936. Orientou a política expansionista de Hitler, desempenhado um importante papel na aproximação com a Itália. Em 23 de Agosto de 1939 assinou em Moscovo o acordo germano-soviético. Considerado um dos responsáveis pela segunda guerra mundial foi executado após o julgamento de Nuremberga.
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